Considere a possibilidade de Deus ser completamente diferente daquilo que você pensa que Ele seja.
Considere que isso possa ser verdade.
Os pensamentos, idéias e imagens que temos sobre alguém nem sempre correspondem com aquilo que a pessoa verdadeiramente é. Quem nunca viveu uma paixão platônica? Criando sonhos próprios com alguém que você nem conhece. O divertido é imaginar a pessoa exatamente como você queria que ela fosse.
Talvez vivamos uma paixão platônica com um deus que tentamos moldar.
Aquilo que você conhece de Deus se baseia no que você realmente conheceu de Deus, com Ele mesmo?
Conhecemos de ouvir falar. Vivemos a ilusão de achar que temos um relacionamento com Jesus, mas nos relacionamos mais com aquilo que queremos que Jesus seja.
Vivemos dizendo que queremos andar na vontade de Deus. Mas além de esquecer de conhecer a vontade Dele, esquecemos de procurar conhecê-lo.
Conversamos mais com a idéia que temos de deus do que com a pessoa que Ele é.
Às vezes, a idéia de um ser inatingível, distante. Um velho barbudo, parecido com o papai noel. Um pai que te dá tudo o que você quer. Um ser santo intocável. Um deus distante e que dorme esperando o dia que der na telha para julgar a terra inteira. Um senhor de olhos raivosos segurando um trovão apontado em direção à terra. Ou a você mesmo.
Afinal. Quem Deus é?
Aquele que se você precisa de perdão, te dá perdão? Se você quer silêncio, ele não fala. Nunca faz nada que você não espere. Nunca faz nada que você não queira. Ou talvez nunca faz nada que você queira. Um brisa leve. Uma sensação estranha. Linguas estranhas. Fogo. Espírito. Ou seja já qual a idéia que você tem de deus.
Se você não se pergunta todos os dias, se você não pergunta pra Ele quem Ele é, corre o risco de viver acreditando em uma alucinação. Um sonho diário de alguém, que outro alguém contou pra você.
Uma paixão platônica. Um ateísmo disfarçado.
Percebe que falamos de Deus com os outros sempre como se Ele não estivesse presente? Falamos da Sua vontade como se Ele não pudesse dizer qual a Sua vontade.
Deixamos de viver o verdadeiro amor que Deus oferece. Deixamos de saber quem Ele é.
Talvez tenhamos que desconstruir a imagem que formamos com as peças da religiosidade. Com anos de histórias contadas, filmes, livros. Televisão. Ou mesmo a nossa própria criatividade, segundo aquilo que o nosso coração deseja de um deus. A criatura moldando o criador, como se pudesse. Fazendo rir.
Considere a possibilidade de você estar se relacionando mais com a idéia que você tem de Deus, do que com Ele mesmo.
E considere procurar enxergar quem Ele realmente é.
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